sexta-feira, 2 de agosto de 2013

A Estranha Beleza do Adeus.

Você já visitou o seu passado? É sério, aliás o nosso passado é coisa séria, que mexe com a gente e raras vezes consegue arrancar um sorriso. Por melhores que tenham sido nossos dias, quando revivemos nosso passado, ele sempre vem na forma da dor.

Isso revela nossa dificuldade em lidar com a saudade. Alguns têm saudades de pessoas, outros de lugares ou figuras. Alguns teólogos modernos (será que existem teólogos modernos ou a teologia é coisa do passado?) dizem que é possível, ou melhor, é preciso sentir saudades de Deus.

A propósito, sentimos saudade ou saudades?

O dicionário define saudade como “lembrança de um bem passado, nostalgia”. Para saudades: “lembranças que se dirigem a pessoa ausente”. Que bom, mais uma vez as palavras brincam com nossos sentimentos.

Gosto de lembrar que fomos feitos no plural. Nosso Deus não quis estar só ao gerar o ser humano: “Façamos o homem...(Gn 1:26)”. Sentimos saudades de algo que gostamos, e saudades de quem amamos. Quando falamos de pessoas, falamos no plural.

Aprendemos que não podemos viver de saudade, mas que devemos viver com saudades. Isso tudo aprendemos através da magia das palavras.

Assim, quem vive com saudades sabe valorizar um adeus e logo transformá-lo num desejo de voltar. E descobre que o adeus também é belo. Belo porque deixa saudades!

Você tem saudades?